Família diz que menino com paralisia cerebral era maltratado por cuidadora


Imagens mostram uma técnica de enfermagem maltratando um adolescente de 16 anos, que nasceu com paralisia cerebral, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. O menino – que não fala, mal se mexe e vive na cama – era atendido por três enfermeiras indicadas pelo plano de saúde. Elas trabalhavam em dias alternados. “Aparecia um roxinho hoje, amanhã apareciam dois, e começaram a aparecer em lugares que não tinha como ser descuido”, contou a mãe do adolescente, Maria Aparecida de Souza.
Com os hematomas, a família passou a desconfiar de uma das profissionais e instalou uma câmera no quarto gravando as 12 horas do último plantão da técnica de enfermagem. A mulher, de 52 anos, aparece puxando o adolescente pelo cabelo e dando tapas no rosto, entre outras agressões. 

“Eu assisti e chorei a noite inteira. A minha vontade era de ir atrás”, disse Maria Aparecida, que registrou queixa por abuso e agressão na Delegacia de Colombo. O delegado responsável pela investigação não concedeu entrevista. Ele apenas disse que pretende ouvir a mulher nos próximos dias.
A técnica de enfermagem foi procurada pela reportagem, mas não atendeu às ligações. Ela vai ser ouvida pelo Conselho Regional de Enfermagem, que informou que vai abrir um processo ético disciplinar contra a técnica.O delegado afirmou ainda não ter visto todas as imagens. Já o presidente do Conselho Regional de Farmácia, Luís Eugênio Miranda, assistiu ao vídeo e alegou que as imagens comprovam os maus-tratos. “As imagens que eu vi deixam claro que houve maus-tratos. É uma atitude reprovável pelo Conselho Regional de Enfermagem do Paraná”, afirmou.

A mãe do adolescente trabalha fora e pediu licença por uns dias para ajudar no atendimento ao filho. “Enquanto isso ela continua trabalhando. Ela está lidando com ser humano, e a gente não sabe o que ela está fazendo. Ela tem que ir presa”, disse Maria Aparecida.