PMs são suspeitos de espancar alunos adolescentes em colégio rural

Dois policiais militares são suspeitos de espancar 12 alunos do Colégio Estadual Agrícola Mohamed Ali Hamzé, emCambará, no norte do Paraná. O inquérito do caso foi concluído na terça-feira (15) pela Polícia Civil e enviado à Justiça no mesmo dia.
As denúncias de agressão foram feitas por mães de alunos, que dizem ter sido agredidos no dia 13 de fevereiro, dentro do colégio. Elas procuraram o Núcleo Regional de Educação (NRE), com sede em Jacarezinho, e relataram que os filhos foram trancados em uma sala e agredidos, um a um, conta a chefe do NRE, Silva Regina de Souza.
Uma sindicância foi instaurada pelo NRE para apurar o que realmente ocorreu no colégio agrícola. De acordo com a chefe do Núcleo, a Polícia Militar não tem preparo para resolver conflitos em escolas. "Falaram que os alunos eram 'barra-pesada', que algo tinha que ser feito. Mas policiais militares não devem entrar em escolas. Para isso existe a Patrulha Escolar. Constatamos que houve excesso e esperamos que a justiça seja feita", comenta Silvia."Uma mãe ligou para o Núcleo querendo fazer a denúncia, dizendo que o filho havia sido espancando dentro do colégio por policiais. Achei que era trote. Liguei imediatamente para o colégio e uma funcionária, que não quis se identificar, mas confirmou que os policiais militares invadiram o colégio", afirma Silvia.
Os alunos passaram por exames de corpo de delito, mas apenas 13 dias depois do fato relatado. Segundo a delegada  da Cambará, Caroline dos Santos Fernandes, responsável pelo caso, a demora ocorreu em razão da burocracia para conseguir horários para os exames.
"Os alunos reconheceram os dois policiais, mas eles negam a acusação. O que apuramos é que os alunos estavam fazendo algazarra na sala de aula, mas nada que caracterize um crime e exija a presença da Polícia Militar ali. Algo de errado aconteceu', diz a delegada.
O comando do 2.º Batalhão de Polícia Militar, em Jacarezinho, informou que já abriu sindicância para apurar as denúncias. A PM ainda ressalta que os policiais negam que tenham agredido os alunos mas, mesmo assim, já foram afastados de suas funções até a conclusão da investigação.