Inquérito aponta policiais como suspeitos de chacina em Curitiba

Crime ocorreu na Vila Osternack, em Curitba, em 30 de junho deste ano (Foto: Reprodução/ RPC TV)Crime ocorreu na Vila Osternack, em Curitba, em
30 de junho deste ano 
Um inquérito policial aponta dois policiais militares como autores da chacina que matou quatro pessoas na Vila Osternack, no bairro Sítio Cercado, em junho deste ano. O advogado que representa os policiais, Cláudio Dalledone, afirmou  que os suspeitos se apresentaram nesta terça-feira (29) e, no final da manhã, foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML) para realização de exame de corpo de delito. Eles ficarão sob tutela da Polícia Militar (PM), e a investigação ocorre em segredo de justiça. De acordo com a polícia, ainda existe mais um suspeito de participação no crime, que é considerado foragido.

O crime ocorreu no dia 30 de junho. Entre as vítimas, estavam dois adolescentes e uma mulher, que estava grávida de seis meses. Todos estavam dentro de uma residência e foram baleados com um tiro na cabeça. Houve apenas um sobrevivente, que é uma criança. Ela foi encontrada na rua pedindo socorro.
Por meio de nota, no início da noite desta terça-feira, a PM se pronunciou sobre o assunto. "A Polícia Militar do Paraná, por meio da Corregedoria da Corporação, em operação conjunta, está contribuindo com as investigações do caso da chacina do Osternack, que estão a cargo da Polícia Civil.  Outras informações serão passadas em momento adequado, já que agora podem atrapalhar no andamento dos trabalhos investigativos", diz a nota.A identificação dos policiais ocorreu por meio de vídeos. Dalledone nega que os policiais indiciados sejam os autores do crime e afirma que solicitou diligências, que, segundo ele, comprovarão ainda nesta fase de inquérito que os policiais são inocentes. Para ele, esta é uma suspeita ainda "carente de amadurecimento". Ainda conforme o advogado, a identificação pelas imagens não seria possível porque as pessoas aparecem usando bala clava.

Em entrevista os suspeitos se defenderam e caracterizaram as acusações como falsas e caluniosas. Eles se queixaram de conseguirem se defender, antes da prisão. “A nossa palavra não está valendo mais nada. Tem um depoimento de um cidadão, que ele mesmo diz, que vendia droga, que é traficante. O depoimento dele pesa muito mais do que o meu que sou um policial militar idôneo, tenho uma família e residência fixa há muito tempo”, disse um dos policiais suspeitos.

O responsável pelo inquérito é o delegado Cristiano Quintas. Ele ressaltou que o caso não se encerra com as prisões e que os suspeitos serão ouvidos dentro do prazo de 30 dias da prsão temporária.

Como a investigação é sigilosa, a Polícia Civil não divulga detalhes. A delegada titular da Delegacia de Homícidios de Curitiba, Maritza Maira Haisi, não explicou o que seria a motivação do crime. “Investigamos o quadruplo homicídio, e as razões e as motivações fazem parte dos autos do inquérito policial, da investigação. Então, não podem ser comentadas”, disse a delegada.